Costuma-se dizer que ninguém é insubstituível. Pessoas vão e outras vêm. Posições que antes só eram ocupadas por alguns, de repente, são ocupadas por outros.  Tudo é passageiro e nada é insubstituível. Será mesmo? Não consigo pensar dessa forma, mesmo que os caminhos do cotidiano me mostrem o contrário. Não há como tratar pessoas como objetos reposicionáveis. Sinto muito por isso.

Em todos os momentos da minha vida, pessoas ocuparam posições que jamais podem ser substituídas. Apesar de novos personagens, a história vivida naquele momento e com determinada pessoa não pode ser vivida novamente. Não há como substituir histórias, sentimentos, recordações. Os que fizeram parte de determinados momentos são únicos e protagonistas.

Não há como substituir o garoto responsável pelo meu primeiro beijo. Não consigo trocar os personagens das minhas paixões, das noites sem dormir, das lágrimas derramadas. Tinha que ser aquela pessoa, não poderia ser outra. Não naquele momento, em determinada ocasião. As pessoas certas ocupam nossa vida, mesmo que elas apenas passem por ela. Mesmo que sejam apenas razões de um aprendizado futuro.

No entanto, é cada vez mais comum ouvir das pessoas: se não der certo, troca. Opção é o que não falta no mercado. Sim, realmente, se algo não vai como esperado, é preciso substituir. Contudo, a pessoa, que antes ocupava determinada posição, lhe provocou reações felizes ou não, que, com certeza, são insubstituíveis. Além disso, quem fez parte de uma história, não o fez por acaso. Há motivos suficientes para que tal pessoa ocupe aquela posição, em determinado momento.

Por isso, pare de procurar substitutos. Aprenda com quem passa pela sua vida, mesmo que seja por apenas cinco minutos. Não faça trocas como quem troca de roupa. Pessoas não são como smartphones, com tempo de vida útil. Enxergue cada uma como insubstituível. Construa o seu enredo, altere os personagens, mas não se esqueça do essencial.

Por mais que encontre novos personagens por aí, há protagonistas que jamais serão esquecidos.

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Contra a ditadura do desapego. Leia aqui.