Pode parecer uma simples teoria ou coincidência, mas tenho observado que, casais em que a presença da família é mais influente, tendem a ter mais sucesso em seus relacionamentos. Ao longo das minhas entrevistas com os noivos, aqueles em que construirei o texto da cerimônia para o grande dia de suas vidas, observo que os relacionamentos mais tranquilos e repletos de sintonia são os que tiveram como exemplo a forte presença da família.

E aqui, estou longe de dizer que casais que tem pais casados há muitos anos, são os únicos que obtêm sucesso em suas relações. Nada disso. Independente de pais separados, pais héteros ou homossexuais, mães ou pais solteiros, avós que são pais, o que verdadeiramente importa é a união entre pais e filhos, estes que serão os futuros namorados de alguém, noivos ou noivas.

Aquele clichê de que família é a base de tudo cabe muito bem nesse caso. Realmente, a família parece ser a base para a construção de novas e futuras famílias. Afinal, é no convívio familiar que aprendemos, desde muito cedo, a respeitar o espaço do irmão mais novo, a entender o motivo pelo qual ouvimos um “não” dos nossos pais, a descobrir que, mesmo unidos, somos muito diferentes entre si.

Quando crescemos e enfrentamos o “mundo lá fora”, fora da nossa “caixa” e do aconchego da nossa família, descobrimos que os pequenos aprendizados nos são muito válidos para qualquer tipo de relacionamento. Nos amorosos então, é praticamente essencial. Os que souberam dividir, respeitar, discutir, mas também se reconciliar, tendem a ter uma facilidade maior de amar verdadeiramente e com intensidade, apesar das dificuldades.

Claro que há exceções. Há pessoas que nunca tiveram uma família próxima ou unida, mas que escolheram sabiamente alguém para amar e que desejam construir, com muita dedicação, a família que nunca tiveram. No entanto, o convívio com nossos pais, avós, primos, tios e até aqueles parentes que não gostamos muito de receber em casa ou de encontrar na rua, nos ensinam muito. São a partir desses relacionamentos que podemos construir novas relações, algumas vezes, até mais sólidas e duradouras.

Portanto, família é escola. Para a vida, para nossos futuros encontros, para o amor. Aprendemos a amar, a partir da base que tivemos sobre o sentir. Aprendemos a respeitar, a partir do respeito que nos foi passado. Aprendemos sobre relações, nos relacionando, sobretudo, com os nossos.

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