Prove o seu amor, antes de entregá-lo ao outro

Essa semana li um texto maravilhoso do Zack Magiezi, que dizia que o amor é como uma refeição. Ninguém oferece uma refeição a amigos, familiares, ou a quem quer que seja, sem antes prová-la. É preciso se certificar de que não está muito salgada, nem insossa demais. É preciso atestar os temperos, sentir o sabor dos ingredientes. Aí, só depois, é que colocamos a refeição na mesa.

Com o amor, não é diferente. Precisamos provar o nosso próprio amor, para então, oferecer ao outro. Ter a certeza de que já nos amamos o suficiente para poder nos dedicar a qualquer pessoa. É nos cuidar. Não nos abandonar. É permanecer, superando as dificuldades e admirando, cada vez mais, o ser humano que nos tornamos.

É a mesma metáfora da máscara de oxigênio. Em uma situação de emergência, no avião, antes de colocarmos a máscara no outro, é preciso colocar, primeiro, em nós mesmos. Ou seja, o autocuidado é essencial para que possamos cuidar do outro. Todo amor que somos capazes de gerar deve nos abraçar também.

Parece simples, mas não é. Na maioria das vezes, priorizamos o amor que damos ao outro. Nos doamos, nos redobramos, partimos em mil para agradar quem amamos. Dificilmente, faríamos a nós mesmos o que fazemos pelo outro. Não nos achamos merecedores do amor que destinamos ao outro. Contraditório, não?

Pois é. Fácil não é, mas também não é impossível. Longe do papo clichê de amor próprio, cuidar-se de si é um ato de coragem. Ao provarmos nossa própria comida, podemos nos deparar com a incapacidade de cozinhar algo que fique bom. Ou de amar naquele momento. E tudo bem. Cozinhar é prática. Amar também. É possível aprender, aperfeiçoar, para então, poder entregar uma refeição completa e saborosa. Por isso, prove o seu amor antes de entregá-lo ao outro.

Não confunda “eu te amo” com “eu me anulo”. Leia aqui.

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