Aprecie a solidão sem moderação
Rosas vermelhas nas vitrines, corações e ursos de pelúcia por todos os lados, promoções de jantares pulando nas suas redes sociais. Eu sei, é difícil não se contaminar pelo clima do tão esperado Dia dos Namorados, mesmo que você não tenha um. Aliás, isso é um mero detalhe. O dia 12 de junho tornou-se tão importante e, sobretudo, tão comercial como qualquer outra data comemorativa. Com a exceção de que, nesse dia, a solidão dos solteiros esteja em total evidência.
Você pode estar muito bem sozinha. Pode não ter pressa para achar um companheiro e sabe que, a partir de hoje, só aceita o que for para somar. No entanto, apesar de toda a sua segurança e paz de espírito, a preparação para o Valentine’s Day parece ter o objetivo não apenas de exaltar os apaixonados, mas sim, de excluir os solitários. É preciso enaltecer ao máximo a felicidade em estar acompanhado. Como consequência, parecem dizer: se você está só, consequentemente, está infeliz.
Parecem traçar o seu destino: nesse domingo, restam a você apenas os filmes de comédia romântica, brigadeiro de panela e muro de lamentações. Enquanto os casais aproveitam jantares à luz de velas, buquê de rosas em fotos ostentação no Instagram, você é obrigado a estar em casa, triste e desejando estar namorando no próximo ano. A cultura do Dia dos Namorados é voltada essencialmente aos solteiros. Contraditório não? Cria-se uma sensação de que só quem está acompanhado nesse dia 12, está realmente feliz. Gritam em alto e bom tom: é impossível ser feliz sozinho!
Será? Por um tempo, tratei a máxima de Tom Jobim como uma verdade incontestável. Afinal, quando estava acompanhada, parecia estar verdadeiramente mais feliz. As carências eram supridas e tudo caminhava bem. Ou melhor, parecia caminhar. Quando tinha alguém ao lado, depositava no outro uma felicidade que, na prática, nenhuma pessoa é capaz de te dar. Felicidade é totalmente pessoal e intransferível. Ou seja, só cabe a você encontrá-la. E o melhor meio, com certeza, não está no outro.
A função da outra pessoa é apenas acompanhá-la na sua trajetória, jamais defini-la. E, apesar da maioria saber disso, é muito difícil colocar em prática. E é aí que a ameaça do Dia dos Namorados se faz forte e presente. O comércio e a sociedade, em geral, usam da sua carência para fazer com que você, mesmo não querendo no momento, implore por um namorado. Afinal, você enxerga no outro a possibilidade de ser um pouquinho mais feliz. E talvez seja mesmo. Mas, para isso, é preciso já estar feliz.
É preciso gostar de um dia só seu, enquanto tantos outros passam acompanhados. É preciso estar bem, com seus filmes, suas músicas, seus gostos. É preciso ser você para que, quando chegarem os buquês e os jantares à luz de velas, você os aproveite, mas não os dê tanta importância. Afinal, você não precisa depositar nos mimos a justificativa para estar bem. Você se “autonamora” e isso basta.
Feliz Dia dos Namorados a todos nós, acompanhados e solteiros!
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E lembre-se: metades da laranja são apenas metades. Leia aqui.
Achei ótimo o texto e q você tem razão no que disse…
Que bom que vc gostou, Andressa!
Continue acompanhando o Sem Travas na Língua por aqui e pelas mídias sociais!
beijo grande 🙂
Simplesmente ser feliz!!
🙂
Abraços
Exatamente Andreia!
Que bom que vc gostou! Continue acompanhando o blog!
beijo
Amei Isa!
Que bom que você gostou, Aug! fico mto feliz!!
Continue acompanhando o Sem Travas na Língua :DD
beijo grande!
vc e uma emissária de deus. deus deu a vc o dom da palavra continua que seu caminho tenho certeza que vai ser muito lindo cheio de realizações no campo da literatura. nunca pare de modo algum mesmo que vc escute uns 200 não mais uma pessoa em especial tara vendo o seu dom se aflorar é deus.
Amém!
Muito obrigada!
Continuarei sempre!
beijo grande