Amar não deveria te deixar vulnerável
“Não se deve deixar a outra pessoa com quem você se relaciona saber que ela exerce certo domínio sobre o seu sentimento”. Foi o que ouvi de um amigo esses dias. Segundo ele, quando o outro percebe que você já está “na dele”, começam as chateações. A outra parte utiliza-se do seu sentimento para manipulá-lo de alguma forma. Para mostrar quem está no controle da situação. E aí, a pessoa que demonstra o sentimento estaria automaticamente mais vulnerável, mais fraca e suscetível. Ou seja, quem ama está em constante desvantagem.
Não pude discordar por completo do meu amigo. Apesar de não aceitar essa teoria, infelizmente, é o que tem acontecido por aí. Relacionamentos, hoje, são mais uma queda de braço do que qualquer outra coisa. Um puxa de lá, outro puxa daqui. Joguinhos e artimanhas não faltam. Ele continua a demorar três dias para dar qualquer sinal depois do encontro. Ela continua a não mandar mensagem. Quando um dos dois quebra a regra e envia um oi tímido, o outro demora quase meia hora para responder. Afinal, responder rápido demais é sinal de estar loucamente apaixonado.
Definitivamente, não entendo qual é o problema em demonstrar interesse. Mais do que isso, em estar apaixonado. Diante de tantas regras e conselhos, a essência se perde. O amor, que deveria seguir um caminho natural, acaba sendo bloqueado diante do que se deve ou não fazer. Tudo isso para não ser o trouxa da relação. Para não ser aquele que demonstra, com sinceridade, tudo o que sente. O que deveria ser razão de orgulho, acaba sendo motivo para vergonha.
Ninguém quer ser o mais fraco no amor, é claro. Até porque amar alguém é partilhar tudo o que você sente com a outra pessoa. Partilhar, dividir, equilibrar. Para que seja amor, deve haver equilíbrio. No entanto, de repente, as pessoas passaram a separar claramente o fraco e o forte de uma relação, como se isso fosse intrínseco ao amor. Para que um relacionamento dê certo, é preciso que um se doe mais, entenda mais, ceda mais. É preciso que um seja o vulnerável.
E não, amor não é isso. Ele não é uma construção de jogos, artimanhas e dribles. Pelo contrário, é preciso que as duas partes estejam dispostas. Que as duas sejam sinceras e coerentes com o que sentem. Sobretudo, que ninguém esteja vulnerável apenas por quebrar todas as regras e demonstrar sentimento. Ser leal com o que sente deveria nos dar orgulho e não repulsa.
Amar não deveria, jamais, nos tornar vulneráveis. E sim, mais fortes.
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Apaixonados, por vezes frágeis, mas nunca fracos. Leia aqui.
Texto mais que perfeito, por tudo isso os relacionamentos de hoje em dia são tão superficiais, isso quando chega a ser um relacionamento!
Exatamente, Débora! Em tempos de desapego, ame.
Que bom que vc gostou!
Já curtiu a página do Sem Travas na Língua?
Conto com vc! <3
Infelizmente o mundo hoje nos prega a não sermos vulneráveis, sermos fortes, resistentes, inabaláveis… Porém no contexto de relacionamento, ambas as partes devem ser vulneráveis, porque isso permite com que haja o amor sincero, o amor que se doa pelo outro, o amor que é livre.
Sermos vulneráveis ao amor nos permite amar sem medo.
Quem se bloqueia e se diz invulnerável é a pessoa que não sabe amar.
Com certeza, Lari! Acredito que o amor vem junto com a vulnerabilidade, é aí que está a real beleza desse sentimento.
Obrigada pelo comentário e continue sempre por aqui viu?
É um prazer te ter como leitora do blog! <3
Beijo grande!