Amar não depende de reciprocidade

Já me apaixonei muitas e muitas vezes. Apaixonar-se, para mim, não é algo difícil. Muito menos fácil. É apenas possível. A cada relação, me abro para a possibilidade de me apaixonar. Coloco-me à disposição para que, caso a paixão aconteça, eu a acolha naturalmente. Nessas tantas vezes em que aconteceu, em boa parte delas, não tive o retorno que eu esperava. A reciprocidade não veio para tornar o amor ainda mais belo. No entanto, isso não foi motivo para que eu não enxergasse a real beleza no simples fato de me apaixonar.

Há quem diga que o amor só vale a pena quando é recíproco. Discordo. É fato que, quando ele não acontece na outra parte, tudo se torna mais difícil. É preciso abdicar de um sentimento tão nobre, pois o outro não pode ou não quer recebê-lo. Muitas vezes, a gente não entende como alguém pode amar sozinho. Questionamos como o outro, por mais que tenha demonstrado algum sentimento, não consegue, de fato, retribuir o nosso amor. Mas aí, há certas coisas que a razão não dá conta de justificar. Principalmente, quando se referem ao coração.

E não é por isso que um amor não valeu a pena.  A reciprocidade, de forma alguma, desvaloriza o poder de se apaixonar. O fato de a outra pessoa não sentir o mesmo que você sente, não torna o seu sentimento menos nobre. Pelo contrário, o torna ainda mais valoroso, diante de um cenário em que ele não tinha condições de crescer, mas mesmo assim floresceu. É como uma planta que dá flor em um terreno árido e infértil. Contrariando todas as possibilidades, ela surgiu, assim como o amor.

Não pense que os apaixonados e não correspondidos são trouxas por isso. Eu não sou. Você também não é. Apenas cedemos espaço ao sentimento mais nobre e deixamos com que ele conduzisse as rédeas. Talvez agora, diante do conhecimento sobre o sentimento do outro, seja a hora de retomar as rédeas. De conduzir esse amor e canalizá-lo para o próprio bem. Transformá-lo em amor próprio e, sobretudo, não desvalorizá-lo diante da não-reciprocidade.

Saiba que emanar amor é um ato para poucos. Nem todos conseguem se apaixonar intensamente. Só quem se entrega consegue, de fato, permitir que o amor se instale. E, por mais que ele não seja recebido pelo outro, como eu e você gostaríamos, ele continua sendo amor.  Continua enchendo o seu coração de desejos bons, de energias positivas e do melhor que você pode oferecer.

Por isso, emane muito amor. Para o universo, para o outro e, principalmente, para você. Ame-se!

Amar não deveria te deixar vulnerável. Leia aqui.


Notice: Only variables should be passed by reference in /home/fqiynrbh/public_html/blog/wp-content/themes/patricia/views/general/post/_related.php on line 13

Acho que você também gostaria de:

6 Comentários

  1. Juliana says

    Perfeito! Creio que mesmo sem ser correspondido, o amor traz sentimentos bons. Inspira, dá cor à vida, nos preenche, nos faz reconhecer o que há de belo em nós. Já a paixão… essa sim, mexe com o ego, com o apego… com essa sim, é preciso ter cuidado. Lindo texto! bjs

  2. Renilza says

    Há quanto tempo não leio blogs, saudades .Que letra maravilhosa quando escrevemos aqui. Amei o texto, traduz tanto em como me sinto, eu sempre acho que todo sentimento deve ser acolhido, estar apaixonada e oferecer amor é dádiva, dói querer estar com a pessoa dar e receber amor e muitas vezes não rolar, mas ainda assim é bom sentir.
    Seu texto me traduz muito. Obrigada por explanar isso em palavras tão bem colocadas, em um sentir apurado.

    1. Isabela Nicastro says

      Obrigada querida Renilza por esse comentário tão carinhoso! Fico feliz de ter você por aqui! Volte sempre, viu? É um prazer ter você como leitora <3

O que você achou disso?

Seu endereço de email não será revelado.