A hora certa para dizer que é amor

Eu não sei quando a paixão passa a ser amor. Não sei identificar qual é o momento certo para se sentir segura, sem aquele medo de que tudo pode dar errado. Não sei mesmo. Por vezes, gostaria de ter um termômetro que medisse os sentimentos, a ponto de indicar que é amor e, o melhor, que vai dar certo. A vida é uma eterna caixinha de incertezas, muito mais do que surpresas.

Mas aí, eu me pego te admirando quando você dorme antes que eu (o que é tão raro quanto chuva no deserto). Além disso, eu evito lavar minhas mãos porque o seu cheiro fica nelas, depois de um longo abraço. Depois de um dia cansativo de trabalho, corro para a sua cama, porque ela parece me acolher com carinho. Olho para o lado e você está ali, me olhando e pensando mil coisas, que eu insisto em decifrar, mesmo sem sucesso.

Eu amo a sua boca, que sabe ser doce, intensa e devoradora. Amo o seu toque carinhoso, o seu olhar fixo no meu. Amo o seu cabelo, que escorrega rapidamente sobre os meus dedos. Amo conversar com você, sem que ao menos te encoste. Amo te enxergar do meu jeito. Afinal, era disso que nós dois precisávamos. De alguém que nos enxergasse com outros olhos e, principalmente, que nos fizesse enxergar a nós mesmos de um jeito diferente.

E aí, mesmo sem qualquer tipo de certeza, eu ainda consigo enxergar além: o meu amor está nos detalhes. No seu toque, no seu cabelo, no seu beijo. Está no meu sorriso, que fica estagnado no rosto quando me refiro a você. Está na minha ternura ao te querer bem, ao sofrer com você, ao te desejar o melhor. Está na nossa sintonia.

O amor que eu idealizava pode realmente ser difícil de identificar. No entanto, esse amor simples, genuíno e detalhista está aqui, escancarado aos meus olhos, membros e coração. Ele é leve, descomplicado e não tem hora certa para aparecer. Afinal, quem define a hora certa?

A minha é agora. Aqui. Ao seu lado.

ps: te amo.

O amor está no doce e não no banquete. Leia aqui.

 


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4 Comentários

  1. Rebeca Stiago says

    Oi Isa! Vim aqui dar uma espiadela no texto novo. Andei meio ausente pois estava resolvendo umas invasões que estavam acontecendo no blog. Eu gosto muito da forma como você escreve e a gente pensa meio igual. Acho mesmo que o amor está nos detalhes, na forma, no cheiro e nas coisas mais simples do dia a dia. Mas amor pra mim é olhar e reparar até quadno o músculo do maxilar da pessoa amada se mexe quando nervoso sabe? Parabéns pelo texto. Beijo

    1. Isabela Nicastro says

      Oi Re!
      Que bom ter você aqui de volta!
      É isso mesmo, o amor está nos detalhes!
      Muito obrigada pelo elogio.
      Um beijo grande, querida!

  2. João Felipe says

    É realmente admirável. Confesso que me tocou bastante.
    Esse texto consegue exprimir de forma leve, simples, convidativa e, de certa forma, despadronizada parte da magia de amar!
    É uma belíssima obra; meus parabéns!

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