Lealdade é muito diferente de fidelidade. Ser leal é ir além de não enganar sexual ou emocionalmente o parceiro.  É ter compromisso, conexão, cuidado. É dar a sua palavra e mantê-la, independente das circunstâncias. Tem a ver com caráter, com escolha, com disposição.

Em um relacionamento, confiamos na lealdade do outro. Dividimos angústias, intimidades, problemas. Entregamos ao outro a verdade nua e crua do que somos. Tiramos nossas máscaras, nossas capas de super poderes, que, às vezes, insistimos em mostrar ao mundo. Com quem amamos, entregamos nosso bem mais precioso: nossa essência.

No entanto, quando as coisas dão errado, quando pessoas se afastam, quando relacionamentos terminam, a lealdade é posta à prova. Aquele ex-namorado que joga na sua cara as suas dificuldades mais profundas. Aquela amiga que conta para os outros o que você só contou a ela e à sua psicóloga. Aquele familiar que ri daquilo que só te traz dor. A lealdade aqui se esvai, pouco a pouco.

E, para mim, lealdade é algo que não acaba. Se você é leal a alguém, por mais que essa pessoa te decepcione, por mais que vocês se afastem, por mais que relacionamentos acabem, a lealdade deve continuar. A partir do momento em que damos nossa palavra a alguém, torna-se uma questão de caráter. Por mais que tudo dê errado, você continuará a ser leal com o outro e ele com você.

É o que deveria acontecer. É uma questão de ética e de moral. Lealdade não deveria ser objeto de barganha. Quem é leal, é até o fim. E, mesmo que o fim aconteça, a lealdade continua. É ela que nos traz esperança nos relacionamentos, é por meio dela que ainda acreditamos no ser humano. É ela que nos leva além.

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