Uma história passada a limpo

jan 22, 2020 Ainda não temos comentários aqui

“Sabe o que eu mais me estresso com esses adultos? Quando eles falam assim: Ai que belezinha, tão nova e já acha que sabe o que é gostar. Tadinha, ela ainda vai crescer e esquecer esse menino e aprender o que é gostar de alguém de verdade.”

Esse é um trecho do diário da Flávia, escrito por ela em 30 de novembro de 2004. Nesse dia, ela já estava completamente apaixonada pelo Michel e tendo que lidar com a distância, já que ele tinha se mudado para Curitiba.

Pois é, a menina cresceu. E com ela, o sentimento que tinha pelo primeiro amor. Ela aprendeu sim a gostar de alguém de verdade, como diziam os adultos. Mas, para isso, não precisou ser, de fato, adulta. O amor de adolescência criou raízes, floresceu e não teve tempo ou distância que mudasse isso.

E com o Michel não foi diferente. O menino skatista da adolescência se tornou um homem trabalhador e responsável, que levava sempre na bagagem a lembrança da Flávia. Mesmo distantes, havia um elo inexplicável que os unia.

Para entendermos melhor essa história, voltemos quinze anos atrás. A Flávia com 16 anos, o Michel com 15. Uma amiga da Flávia namorava o amigo do Michel e esses resolveram apresentar os dois. No entanto, a amiga já avisou de imediato: “não pode se apaixonar hein, Flávia? Michel vai embora daqui três semanas”.

Sim, ela não iria se apaixonar, imagina. Estava tudo sob controle. Até realmente conhecer o Michel. Bastou um encontro para que a Flávia já soubesse. Definitivamente, era ele! Estavam no Empório, lugar que marca também esse grande dia hoje, para uma festinha da turma de inglês. A Flávia avistou o Michel sentado e teve o ímpeto de o chamar para dançar.

Ela, que nunca tomava a atitude com os meninos, sentiu ali que precisava agir. Entre uma dança e outra, o primeiro beijo. Vocês, Michel e Flávia, tiveram a certeza ali, de que não seria só uma paixonite adolescente.