E quando é você que decide pelo fim?

Pois é, essa não é uma posição fácil. Decidir pelo fim de um relacionamento é tão doloroso quanto receber do outro a notícia de que a história termina por ali. Eu, que nunca tinha estado nessa posição antes, não sabia muito bem como agir. Sabemos que chegou ao fim, mas não sabemos como colocar um basta. Insistimos em colocar vírgulas, quando a história pede por um ponto final.

Ninguém começa um relacionamento para colocar um fim nele. Ninguém mergulha em uma grande história de amor, sabendo que essa terá prazo de validade. Vivemos intensamente cada momento das nossas histórias, acreditando, de verdade, que será para sempre. No entanto, é inevitável que alguns relacionamentos cheguem ao fim. Por vezes, o fim é a forma mais saudável de sairmos inteiros de uma relação. A nós e ao outro.

Nem sempre acontece algo grave para o motivo do término. Nenhuma traição, desrespeito ou qualquer outra situação que nos machuque verdadeiramente. O relacionamento apenas vai esfriando, vai deixando de ser aquela paixão de sempre, vamos perdendo a vontade de estar junto ou, quando estamos, só há espaço para as brigas. Os defeitos que antes não nos incomodavam, agora passam a nos torturar. Passamos a enxergar só defeitos, enquanto o outro tem também inúmeras qualidades.

Aí, é chegada a hora de deixar as vírgulas para outro momento e fazer uso do ponto final. Para que os dois saiam ilesos, sem feridas profundas. Afinal, todo término, independentemente de quem seja a decisão, sempre deixa feridas. Porém, elas são mais fáceis de serem curadas se não esgotarmos nossos limites, se não cutucarmos ainda mais o que nos machuca. Por isso, é importante saber a hora de deixar ir, de tomar essa decisão tão importante pelo fim.

E o fim nada mais é que um novo recomeço. Ao colocarmos o ponto final em uma história, mais tarde, estaremos iniciando um novo parágrafo.  Mesmo com muita dor, mesmo provocando sofrimento no outro, que às vezes não entende o fim, precisamos seguir o nosso coração. Precisamos recuperar algo que foi perdido no meio desse caminho. Quando esgotamos as possibilidades, a única forma de nos reencontrarmos é recomeçando. Dia após dia, superando dor após dor. A vida segue. Nós seguimos. O coração se recupera.

É preciso dar à ferida apenas a atenção que ela merece. Leia aqui.

 

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