Não encaixe relações em espaços limitados

A gente vive a esperar pelo grande amor da vida. De repente, ele aparece. Assim, do nada, como quem esbarra em você na próxima esquina. Apesar de tanto esperar, naquele exato momento, você não estava esperando encontrá-lo. Nem você, nem ele. Pelo contrário, os dois estavam não só com os cabelos bagunçados, mas também com a vida. Está aí o início de uma história que nada tem de perfeita.

Para marcar o começo, ao fundo, não tocou aquela música que marcaria a história de vocês. Além disso, ele não chegou em um cavalo branco, pronto para preencher o espacinho que você guardava. Você esperava alguém redondinho, mas o formato dele era bem quadrado. Tantas diferenças, inúmeras imperfeições. Mais do que estar disposta a amá-lo, era preciso estar disposta a vencer suas próprias definições.

Eu sei, não é totalmente sua culpa. Você cresceu sendo ensinada a buscar a perfeição. Foi cobrada disso também, é claro. Era preciso se comportar daquele jeito, caso quisesse encontrar alguém à sua altura. Era preciso ser princesa, para que príncipes a reconhecessem. E aí, quando adulta, você descobre que nem você, nem o outro podem se encaixar em padrões. Mais do que isso, entende que relacionamentos vão além do encontro de metades, pois estas são divisões iguais e simétricas.

Nada tem de perfeito em relacionar-se. No entanto, o amor também mora na imperfeição. Sobretudo, é nela que ele, definitivamente, se encontra. Superar as diferenças, aprender com elas e entender que o outro tem suas limitações não é uma tarefa fácil, mas necessária. Enquanto o jeito do outro não atingir sua liberdade, é preciso tentar. Com toda força, toda disposição e todo amor.

Portanto, não espere que o quadrado se torne círculo. Adapte o espaço redondinho que você sempre guardou para um que seja mais indefinido. Não limite o amor. Ele é muito mais do que os espaços idealizados que você separou para ele. Se for para limitar, limite a intolerância. Quebre pré-conceitos e exija menos perfeição. Apenas separe espaços indefinidos e deixe que o sentimento defina os formatos. Ele sabe identificar formas que você nem ao menos imaginava.

Conserte ao invés de descartar. Leia aqui.


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