Solidão é quando não tenho mais medo de mim

Li essa frase em um dos famosos guardanapos escritos pelo Fabrício Carpinejar. Aí me coloquei a pensar sobre o quanto temos medo de nós mesmos. Por receio de nos encarar de frente, de estarmos definitivamente só, recorremos até mesmo a falsas ilusões de amor. Aquele ditado de que “não era amor, era cilada”, pode também ser reconstruído como: “não era amor, era medo”.

Medo de encarar nossos próprios defeitos, medo de nos enxergar de frente, medo de nos ocuparmos do que é nosso. Diante de tanto receio, nos entupimos do outro, nos enchemos dos problemas do outro, nos agarramos à imensidão de outra pessoa. E, por vezes, essa mesma imensidão, ao invés de nos transbordar, nos sufoca. Afinal, o outro foi só um escape inconsciente para uma fuga de nós mesmos.

Solidão é não mais fugir, é não mais ter medo do que somos. Só quando há acolhimento do que somos, há conforto. A partir daí, há muito mais do que solidão e, sim, solitude. É a plenitude em estar só, mesmo que apenas por alguns momentos. Então, conseguiremos distinguir o que é amor, do que é o medo de estar só. Saberemos reconhecer as ciladas, os amores tapa-buracos.

Preencheremos o buraco com o próprio conteúdo. Transbordaremos de nossa própria essência. Acolheremos nosso eu, mesmo que ele não seja tão perfeito quanto se espera. Olharemos de frente para a solidão e, ao invés de fugir dela, nos entregaremos de corpo e alma para que ela nos conduza, sabiamente, às melhores escolhas.

Solidão, vinde a nós!

Aprecie a solidão sem moderação. Leia aqui.

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