Ilumine as sombras de quem você ama

Todos nós temos nossas sombras. Aqueles espaços profundos, escuros e inabitados. Não queremos mexer, não procuramos falar sobre, tentamos esconder ao máximo. Às vezes, as sombras surgem em uma sessão de análise e aí nos assustamos  diante do tamanho do abismo existente. As minhas sombras não são as mesmas que as suas. Porém, nem as minhas, nem as suas, são visíveis a olho nu. Muito menos nas fotos das redes sociais. Só as revelamos de verdade a nós mesmos e, quem sabe, a aqueles que entregamos o nosso coração.

Aos poucos, com o carinho do outro, a intimidade e a empatia, vamos nos revelando. Tirando, a cada dia, um pouco do que está escondido e mostrando ao nosso parceiro (a). Vamos aos pouquinhos, pois, se até nós nos assustamos com nossas próprias sombras, imagina o outro. Dá medo, dá receio, dá angústia. Mostrar-se por inteiro é um processo lento e gradual. Tememos pelo amor do outro, pela fuga dele também. Assim como as crianças têm medo do escuro, alguns adultos também fogem das sombras e da escuridão. Principalmente, se elas forem do outro.

Mas aí, de repente, nós nos surpreendemos. Encontramos parceiros que, ao invés de fugirem das nossas sombras, de as recriminarem, as acolhem de uma forma sábia e bondosa. Mais do que isso, acolhem nossas sombras e nos trazem a luz. Iluminam nossos terrenos mais escuros, com doçura e acolhimento. Fazem do escuro um lugar mais tranquilo e confortável. Aceitam as nossas sombras e nos ensinam a aceitá-las também. Trazem a luz ao que nos cegava.

E, diferente do que podemos pensar, o outro também traz as sombras dele. Mais ou menos sérias do que as nossas, mas tão iguais quanto. E para essas, se faz necessário, dessa vez, o nosso olhar de fora para levar a luz às sombras do outro. Entre tantas sombras compartilhadas, a luz. Ela vem da troca, do escancarar-se, do mostrar ao outro quem somos de fato, nus e crus, sem máscaras, filtros ou maquiagens.

Por mais receio que dê, é só no compartilhamento das sombras, que nos conectamos ao outro. Com a luz, vem também a troca de energia, de sintonia, de conexão. Para nos conectarmos de verdade, é preciso apagar a falsa iluminação das aparências e resgatar o que está dentro, lá no fundo, perdido e assombrado. Afinal, a luz no fim do túnel pode não estar tão longe assim. É possível acessá-la facilmente no coração do corpo que você abraça.

Moço, não apaga a luz não. Leia aqui.


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