Com tantas opções, a incerteza da escolha

Quando você chega em um restaurante e se depara com um cardápio de diversas opções, os olhos brilham. Você começa a salivar, a se imaginar saboreando cada um daqueles pratos. No entanto, diante da escolha, surge a dúvida. Com tantas delícias, fica difícil escolher uma só. E, quando finalmente escolhe, no momento em que o prato chega, bate aquele arrependimento.  Poderia ter escolhido o que o garçom sugeriu, o que os meus amigos indicaram, enfim, o prato que parecia tão saboroso acaba perdendo a graça.

Com os relacionamentos, a realidade não parece ser muito diferente. Acredito que a grande dificuldade em se relacionar, atualmente, esteja no medo de perder, no receio de desperdiçar opções melhores. Principalmente nas grandes cidades. Tenho amigos em São Paulo que parecem estar sempre insatisfeitos, em uma procura eterna por alguém melhor, que dê mais certo, que seja mais perfeito.

A coisa piora quando se pensa nos tais aplicativos de relacionamentos. Lá, é possível se deparar com um “cardápio” explícito de possíveis pretendentes. A dificuldade para escolher já começa ali. Melhor não “desperdiçar” likes e aguardar o próximo da lista. E assim vai. Nos aplicativos, nos restaurantes, nos bares, nas ruas, na vida. As pessoas não querem se prender a alguém, porque amanhã podem conhecer outras mais interessantes. Diante de tantas opções, seria desperdício escolher apenas uma.

No entanto, se esquecem de que escolher implica, necessariamente, em perder. Hoje, há muita dificuldade em aceitar isso. Em entender que por mais que se escolha, sempre haverá uma perda. Se optar por não se prender a ninguém, perde-se carinho, amor, sexo com intimidade, noites de filme, brigadeiro e conchinha. Já, se a escolha for apenas uma pessoa, perde-se encontros esporádicos, as particularidades da solteirice, noites de balada e azaração.

A questão está em aceitar a perda, seja qual for a sua escolha. Mais do que isso, é preciso se permitir escolher. Por medo de perder, as pessoas evitam optar por uma coisa ou outra. Ficam no meio termo e aí, infelizmente, acabam envolvendo pessoas que estão decididas nesse processo. O resultado desses encontros, entre indecisos e decididos, quase sempre são desastrosos. Alguma das partes sai machucada.

Quando finalmente, se escolhe, é necessário aceitar a escolha. Caso contrário, não é possível saborear nem o próprio prato, nem o da mesa ao lado. Por isso, valorize o que você tem e o seu poder de decisão. Respeite e usufrua do que você decidiu. A felicidade talvez esteja aí.

Poupe-me da sua indiferença. Leia aqui.

 

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